Fetiches X BDSM, Diferenças e Similaridades
http://pt.wikipedia.org/wiki/BDSM
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Fetiches são preferências sexuais não-baunilhas
(o sabor de sorvete mais comum é de baunilha, assim usou-se esse termo para se
referir a relações sexuais convencionais, comuns, que tem como expoente a
posição “papai-mamãe”). Uma
prática BDSM também, no entanto é feita com intuito de BDSM, já um fetiche é
feito por si mesmo.
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Práticas são condutas, ações,
estados e/ou fetiches específicos dentro do BDSM. Exemplos: práticas de
dogplay, foodplay, spanking.
Muitas vezes estão grafadas em inglês, seja por não haver correspondente em
nossa língua, seja para que as pessoas baunilhas não percebam do que se trata
ou por simples costume de americanizar tudo.
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Exemplo: existem pessoas que
tem o fetiche da podolatria (gostam de pés)
e o fazem num contexto onde não há dominação nem sadismo nem bondage, apenas
gostam de pés e os cultuam. Simples assim.
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Entretanto pode ser que uma
escrava (quem se submete voluntariamente no BDSM) que tem o fetiche por pés o
faça numa conotação de BDSM, para servir o seu Senhor, daí temos além de um
fetiche, uma prática BDSM.
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Todavia, pode ser que a
escrava lamba o pé do dono apenas para agradá-lo, já que não gosta de
podolatria, então estaremos diante de apenas uma pratica de BDSM, pelo prazer
do dominador, e não de um fetiche.
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Vemos então que fetiches e
praticas de BDSM não são a mesma coisa, embora muitas vezes se confundam.
Bondage e Disciplina
· Dentro dessa categoria temos o bondagista ativo, que é aquele que imobiliza o bondagista passivo (com vários estilos de amarrações, simples ou complexas, de origem oriental (shibari, etc.) ou ocidental (termo bondage), com cordas finas ou grossas, cadarços e outros materiais; imobilizações com fitas isolantes, papel filme, silver tape, outras fitas colantes; com algemas, prendedores, na Cruz de Santo André, na roda, em mecanismo medievais de madeira próprios,etc.).
· Temos também o disciplinador e o disciplinado, onde, por óbvio, um disciplina e outro é disciplinado. Disciplina é aqui entendido como obrigar ou treinar alguém a fazer alguma atividade ou a adotar certas condutas ou regras.
· Esses dois conceitos se entrelaçam, pois muitas vezes se usa da imobilização para disciplinar, sempre visando à formação e treinamento do(a) escravo (a) para fielmente exercer seu papel.
· Embora o conceito de bondage pareça estar incluído na dominação e submissão, há relatos de quem já viu praticantes exclusivos de bondage, sem conotação de dominação ou de sadismo, apenas pela arte da imobilização; então, por isso, percebe-se, embora geralmente inserido num contexto D/s, ser dotado de possível autonomia, sendo correta a sua menção em separado.
· Já a disciplina parece intrínseca no conceito de controle e dominação, mesmo várias práticas de disciplina sendo especiais (como poney play, dogplay, etc.), todas não deixam de ser dominação; aliás dominação em sentido amplo não deixa de ser uma disciplina, pois é controle. Então a Sigla BDSM deveria significar apenas Bondage, Dominação e Submissão, Sadismo e Masoquismo, embora a sigla continuasse a mesma, pois somente esses conceitos detém autonomia(podem ser verificados isoladamente), embora tal não seja comum. Assim disciplina estaria compreendida na dominação e por isso não mereceria destaque na sigla.
Dominação e Submissão
· Uma relação de dominação e submissão é caracterizada pelo elemento controle. O dominante controla as ações e pensamentos do submisso, que se submete pelo prazer de fazer as vontades do dominante, pelo prazer que sente com o fato de o dominante ter prazer, é um prazer empático, um prazer de dar prazer.
· Existem várias práticas relacionadas à dominação e submissão.
· Por exemplo, o controle da conduta do(a) submisso(a) através de relatórios diários, o dogplay, em que o(a) submisso(a) se comporta como um cão, o foodplay “brincadeiras com comida”, em que se pode, por exemplo, usar o(a) submisso(a) como um prato, colocando-se comida em cima dele(a) (como os filmes em que se come sushi em cima de uma japonesa), a dominação psicológica, em que o dominante molda ou tenta moldar (mais adiante falarei sobre essa polêmica) a psicologia do(a) submisso(a), seus gestos, atitudes e até pensamentos conforme seus gostos e preferências.
· Na verdade embora essas práticas estejam geralmente ligadas à dominação e submissão, isso não é verdade absoluta, pois o que determinará se uma prática é de dominação e submissão é a intenção dos praticantes com aquilo. Se há intenção de dominação e controle, então estamos diante de uma prática num contexto D/s. Entretanto, uma prática aparentemente ou geralmente D/s, pode estar num contexto mais preponderante de B/D ou de SM. Por exemplo, uma prática de dogplay pode estar relacionada aparentemente a D/s, mas na verdade tratar-se de SM, pois a intenção dos praticantes é explorar o sofrimento, um querendo sentir-se humilhado e o outro humilhar, curtindo o sofrimento alheio; tratar-se-ia de uma prática dogplay num contexto SM e não D/s, ou com poucas cargas de D/s e mais de SM, se é que me faço entender.
Gor, Goreanos
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Gor é uma variante do BDSM bem
específica, que se baseia numa série de livros (romances filosóficos) de um
autor estadunidense chamado John Norman, que narram um mundo imaginário onde
todas mulheres são naturalmente escravas dos homens, os servindo; nesse mundo
isso é normal, é a natureza das coisas e por isso elas não se rebelam. Isso
acontece não apenas num contexto sexual, mas também em toda sociedade. Nesse
mundo existem vários tipos de escravas, que são chamadas de kajiras.
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Então, a partir da influência
e das idéias desse romance se formaram vários tipos de praticantes de GOR.
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Existem os que fazem um RPG
virtual de GOR, em comunidades virtuais, onde tudo não passa da internet,
criando-se verdadeiras comunidades fictícias; enquanto outros fazem dessas
teorias e ideais um estilo de vida e o praticam no mundo dos fatos ativamente.
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Está claro no GOR o conceito
de dominação e submissão através do controle e da servidão, por isso o vejo
como uma variante exótica do D/s e, com efeito, do BDSM.
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No Gor, no entanto nem todas
as mulheres são escravas, existem mulheres livres que podem possuir escravos,
estes denominam-se Kajirus.
Dominação psicológica
· A dominação psicológica são os atos do(a) dominador(a) para moldar ou tenta moldar o psicológico do(a) submisso(a), seus gestos, atitudes e até pensamentos conforme seus gostos e preferências.
· Ninguém discorda que é possível dominar fisicamente uma pessoa, agora quanto a sua mente, há controvérsias.
· Claro que uma dominação que se restringisse a práticas físicas seria superficial, mas se acreditar que alguém se deixará dominar totalmente de modo psicológico por outra pessoa é ser, no mínimo, ingênuo. A mente é um lugar onde só nós mesmos podemos acessar; é como uma casa onde só nós podemos entrar, mas conseguimos trocar cartas com os moradores da nossa vizinhança. Então, que o dominador consiga moldar gestos e atitudes e até algumas idéias é possível, mas que ele controle os pensamentos, dos quais nem o(a) próprio(a) escravo(a) tem controle (pense no fluxo de pensamentos constante que imunda sua mente; tente parar de pensar por um minuto sequer... você consegue?) é uma utopia.
Sadismo e Masoquismo
· Sadismo é o prazer que se sente em ver o outro sofrer ou gosto em fazer o outro sofrer; é o prazer em ver o outro sentir dor física ou psicológica.
· Masoquismo é o prazer em sentir dor ou o gosto em senti-la, é prazer pela dor ou a dor pela dor, seja física ou psíquica.
· Essas condutas podem ser sexuais ou não, embora geralmente o sejam.
· Exemplo de práticas sádicas clássicas: spanking (bater na pessoa com a mão, chicotes, palmatórias, galhos, colheres, metais, etc.), uso de agulhas (prática hard, consiste em penetrar agulhas na pele da masoquista, para fazê-la sofrer), privação de comida ou água por um tempo, para que a masoquista passe fome e sede, cutting (cortes ou marcas na pele com lâminas frias), branding (cortes ou marcas na pele com lâminas quentes, em brasa), suturas (“costura” de partes da pele, como boca, órgãos genitais e outros, impedindo certos movimentos ou fechando certas aberturas), amarrações em posições que ocasionem dor, etc. ou qualquer outra prática que vise o sofrimento físico ou mental, pois, como dito acima, embora existam práticas que geralmente são associadas a um grupo do BDSM, o que importa realmente é a intenção dos agentes. Um exemplo: o spanking, prática geralmente relacionada ao SM, pode ser de D/s, quando o dominador castigar a submissa para que ela o obedeça. O ponyplay, prática de disciplina e dominação, pode ser também sádica, caso a submissa odeie pôneis ou se sinta humilhada com a prática.
· A complementação ou a interação entre essas duas vertentes opostas é o sadomasoquismo.
· Caso uma pessoa tenha só uma tendência, daí será só sádica ou só masoquista, mas existem pessoas que são sádicas por vezes, mas também são masoquistas em outras; tais pessoas são denominadas sadomasoquistas (o assunto será melhor abordado adiante).
São, Seguro e Consensual
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Todos os atos e práticas no
BDSM devem seguir o SSC, serem sãs, seguras e consensuais.
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Sãs são as práticas que
respeitam a razoabilidade mínima e a normalidade lato sensu, estando os
praticantes em perfeito estado mental de consciência, objetividade e lucidez.
Assim, não se deve praticar com o estado de consciência alterado por
substâncias entorpecentes ou alucinógenas ou que de alguma forma alterem a
consciência, muito menos fazer-se coisas insanas como mutilações ou até a
morte.
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Prática segura é aquela feita
de modo a eliminar os riscos de algo sair do esperado, resultando, por exemplo,
em lesões corporais, traumas psicológicos ou até mesmo a morte. Assim
precauções devem ser tomadas para que tudo saia bem, como esterelizar
equipamentos ou instrumentos cortantes ou perfurantes ou que de alguma forma
lesionem a pele ou entrem em contato com sangue; cuidar para que a submissa
esteja preparada psicologicamente para práticas de humilhação hard; cuidar ao
amarrar para que não se prejudique a circulação ou se ocasione problemas
circulatórios; cuidar com o manejo de facas e outros instrumentos cortantes;
cuidar para não bater em pontos vitais, dentre muitos outros cuidados a
depender da prática adotada.
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Consensual é o item mais
objetivo da tríade, significa que todas as práticas devem ser aceitas tácita ou
expressamente. Para tanto existem as negociações prévias entre os participantes
e a palavra de segurança(safeword, que faz parar ou diminuir o ritmo das
práticas).
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Negociações prévias são
acordos e discussões feitas anteriormente pelos participantes, visando que cada
um realmente confira se deseja fazer sessão (espaço temporal onde acontecem as
práticas, geralmente são divididas em cenas (conjunto de práticas ou até apenas
uma prática em si, mas que tem um fim específico)) com o outro ou outros e
quais práticas tem como limites e se esses limites são absolutos ou relativos.
Pode ser um acordo oral e informal ou escrito e formal. Alguns praticantes
chegam aos limites do detalhismo, criando check lists, listas com inúmeras
práticas, onde os participantes fazem marcações (xis) nas que gostam, nas que
não gostam muito, nas que tem limitações e etc.
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Limites são práticas que um
praticante de BDSM não deseja fazer. Podem ser absolutos (os quais o
participante imagina nunca querer fazer) ou relativos (os quais o participante
gostaria de ou aceita quebrar e fazer no futuro, mas que no momento presente
não são aceitáveis para ele). Exemplo: às vezes o praticante pode ter uma
limitação com a prática de chuva dourada (urolofilia
– práticas com urina), mas que deseja superar; e ter também uma limitação
absoluta com a prática de chuva marrom (coprofilia – práticas com fezes), a qual nunca
deseja superar, tendo extrema repulsa em relação a isso.
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Safewords são as palavras de
segurança, fixadas arbitrariamente pelos praticantes, uma para parar a sessão e
outra para apenas moderar a sessão, uma safeword forte e uma safeword fraca.
Geralmente são escolhidas palavras estranhas ou incomuns, para que a escrava
possa manter a fantasia de estar fazendo as práticas contra a sua vontade ou
para não usar a palavra “não” ou para não pedir literalmente ao seu Senhor que
pare a sessão, mantendo-se também uma liturgia (conjunto de rituais e aspectos
formais da relação; a questão será aprofundada posteriormente). A safeword pode
ser também gestual ou simbólica para os casos em que a escrava não possa se
comunicar oralmente (p. ex. no caso de estar amordaçada). Pode ser também que
se prefira convencionar somente uma safeword, que pare a sessão, ao invés de
duas.
RACK (Risk-Aware Consensual Kink)
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“Tara consensual consciente do
risco”, essa é a tradução literal dessa expressão criada por um BDSMer (aquele
que pratica BDSM) estadunidense para se contrapor a noção simplória do SSC.
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Enquanto o SSC diz seguro, o
RACK diz consciente do risco. O que esse conceito novo quer mostrar é que nada
é 100% seguro na vida, mesmo se estivermos dentro de casa dormindo, algo de
ruim nos pode acontecer, para se morrer basta estar vivo. Até as práticas mais
simples apresentam riscos de danos físicos ou psíquicos. Aí entra a noção de
minimização dos riscos, ou seja, tentar baixar o risco inerente às práticas ao
mínimo possível, através dos cuidados e precauções pertinentes e estudando
previamente e aprofundadamente o que se fará. O risco sempre estará presente
nas práticas, mas podemos minimizá-los bastante. Claro que existem práticas que
apresentam por natureza quase nenhum risco, mas existem muitas outras que têm
risco médio ou elevado. Há uma escala de riscos, das práticas mais perigosas as
menos perigosas.
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Enfatiza-se no conceito de
RACK que as partes têm de estar cientes de que existe um risco inerente mínimo
e que não se pode eliminá-lo por completo. Isso também distribui um pouco da
responsabilidade, que passa a não ser exclusiva do TOP (aquele que comanda a
sessão; o conceito será aprofundado mais adiante), mas que também, em menor
grau, transmite-se à bottom (a que é comandada; o conceito será aprofundado
mais adiante). Obviamente que o TOP é que conduzirá a sessão e as cenas, mas a
bottom está ciente de que as práticas com que consentiu apresentam riscos, os
quais podem ser elevados, médios ou baixos, a depender do caso concreto e dos
cuidados que forem adotados.
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A noção de consensualidade
permanece, pois as práticas serão feitas de modo consensual, conforme a
expressão Consensual Kink.
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O conceito de sanidade parece
estar incluído no de minimização de riscos, pois ao praticar-se o BDSM com o
estado de consciência alterado por substâncias entorpecentes ou alucinógenas ou
que de alguma forma alterem a consciência ou ao fazerem-se coisas insanas e
desmedidas o risco a saúde física e mental é gigante (não se precisa nem falar
de mutilações e mortes, que por óbvio atacam a integridade física e a vida). A
sanidade também como negação à relação com incapazes se mantém, pois uma pessoa
insana não pode dar um consentimento válido.
PCRM (Prática Consensual com Risco Mínimo)
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A expressão RACK é mais exata
do que a expressão SSC, entretanto mesmo assim não é perfeitamente exata, por
isso proponho um novo conceito, segundo o qual as práticas do BDSM devem ser
Consensuais, almejando-se sempre o risco mínimo ou a minimização máxima dos
riscos; logo, a expressão correta deve ser Prática Consensual com Risco Mínimo.
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Essa nova expressão, a PCRM,
além de ser mais exata, também elimina um termo que, pelo menos no Brasil, é
pejorativo, o de “tara”; pois que não nos considero tarados, muito menos
anormais, e sim apenas pessoas que admitiram a sua natureza e a exercem de modo
sadio e dentro da lei, diferente da hipocrisia dominante que tenta negar seus
instintos ou dos desejos “feijão-com-arroz” dos baunilhas.
TOP, bottom e Switcher
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Essas classificações
independem da orientação sexual, então, independentemente do gênero das
palavras, entenda-se que se aplicam a homens e mulheres.
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TOP é aquele que detém o poder
da prática em questão, o ativo, aquele que faz, que promove as práticas.
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Bottom é aquele que está sob o
poder do TOP, o passivo, que sofre as práticas.
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Switcher (SW) é aquele que por
vezes, seja com o mesmo parceiro ou não, é ativo e por vezes passivo.
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Um TOP pode ser sádico,
dominador ou bondagista ativo ou, o que geralmente ocorre, apresentar todas
essas características conjuntamente.
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Um bottom pode ser masoquista
ou submisso ou bondagista passivo ou, o que geralmente ocorre, apresentar todas
essas características conjuntamente.
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Um Switcher é por vezes TOP e
por vezes bottom; isso tudo com o mesmo parceiro ou não. Pode ter uma tendência
maior para um lado do chicote ou gostar igualmente das duas coisas.
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Um exemplo curioso e
ilustrativo seria o de um switcher sádico submisso que se relacionasse com uma
switcher masoquista dominadora. Ele causaria dor nela ao comando e controle
dela; ela daria, por exemplo, ordens para que ele batesse nela do jeito e
intensidade que ela escolhesse. Várias outras combinações são possíveis.
Todos são SW’s?
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Embora haja preconceito sobre
o tema, na prática se verifica empiricamente que não existe ninguém que seja
100% alguma posição no BDSM, todos por vezes tem algumas preferências ou por
vezes sentem algum tipo de desejo contrário a sua posição. Por exemplo, um TOP
pode um dia sentir vontade de sentir dor, então embora ele geralmente seja TOP,
por vezes pode ser bottom. Inúmeros são os casos de submissos que viraram
dominadores e vice-versa em diferentes relações. Então se percebe que todos são
Sw’s, geralmente com maior tendência a alguma posição específica, embora a
maioria tente esconder seu passado ou seu outro lado menos evidente.
Sexo anal passivo em TOP?
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Um tema polêmico tem sido o
preconceito acerca do TOP querer que pratiquem sexo anal em si, que o penetrem,
com isso: ou ele seria um homossexual "enrustido no armário" ou um
submisso disfarçado.
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Ora, nada obsta que um TOP
ordene que o penetrem, pois a submissa que fizesse isso estaria obedecendo às
ordens do dominador e não seria nada mais do que um instrumento de prazer dele,
então ele ainda estaria no comando.
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Deixemos os preconceitos
baunilhas com os baunilhas, aqui eles não devem ter espaço.
Espécies e variantes de TOP
Mestre
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Mestre é o TOP que não faz
apenas uma sessão ou sessões esporádicas, não é um “Dominador ou Sádico de
sessão”, mas sim da “vida-BDSM”, ele conduz o(a) escrava pelos caminhos do
BDSM, mostrando-lhe novas sensações e teorias, quebrando seus limites aos
poucos, tem um comprometimento com ela e com seu desenvolvimento. Um mestre
pode ser sádico, dominador e/ou bondagista ou todas alternativas, dependendo de
suas preferências.
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Para que o(a) escravo (a)
tenha um mestre, não poderá ser “avulsa” ou apenas “de sessão”, mas sim ter um
comprometimento com aquele mestre. Um mestre pode ter várias escravas (as quais
seriam “irmãs de coleira”, ou seja, serviriam ao mesmo mestre), mas um(a)
escravo(a) não pode ter vários mestres, senão apenas um; entretanto é possível
que não tendo mestre, tenha vários dominadores, com os quais pode fazer sessões
de vez em quando. Isso deriva daquele provérbio, de que um navio não pode ter
mais de um comandante, senão afunda: os marinheiros devem obedecer a um só
comandante para a correta navegação do barco. Todo mestre é dono de sua
escrava.
Dono
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Dono é o proprietário do(a)
escravo(a). Um(a) escravo(a) que não tem dono é “avulso(a)” ou “livre” ou
“libertino(a)”, significa que em cada sessão pode ficar com um Top diferente. O
dono pode emprestar livremente o(a) seu (sua) escravo(a) para o uso de outros
TOP’s, caso isso seja da preferência dele e não seja um limite dele(a).
Mentor
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É quase um mestre, a diferença
é que ele não conduzirá a mentorada pelos caminhos do BDSM, apenas os indicará
ou facilitará para que ela os ache. Isso significa dizer que o mentor não faz
sessão com a mentorada, apenas a instrui teoricamente e também
experimentalmente sobre como proceder, podendo até arranjar um par para ela. O
que se deve exigir do mentor é que ele tenha bastante conhecimento do BDSM.
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Todo mestre é também mentor de
sua escrava.
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Um submisso pode ser mentor de
uma dominadora e vice-versa. Não importa, o que vale é que ele seja um bom
professor, haja vista não praticará o BDSM com a mentorada, apenas lhe ensinará
sobre tal.
Pronomes de tratamento
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São comuns pronomes de
tratamento que evidenciam a condição de TOP ou de bottom de uma pessoa, embora
não entrem na classificação do tópico anterior e por isso não dê para se saber
da preferência do praticante dentro do BDSM (se é, p. ex., bondagista, sádico
ou dominador) só olhando o pronome usado para se referir ao TOP ou bottom; são
apenas modos respeitosos de se referir ao TOP e modos de mostrar a condição do
bottom.
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Assim é comum se chamar o TOP
de Senhor, Lord e outros pronomes e as mulheres que são TOP’s de Rainha,
Senhora, Lady e outros pronomes.
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Os bottoms homens são chamados
de verme, servo, cão, escravo e etc. As mulheres de escrava, serva, cadela,
etc.
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O praticante de BDSM pode ser
chamado também de BDSMer.
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Domme é sinônimo (de origem
francesa) de dominatrix ou dominadora,
não sendo um pronome de tratamento, senão uma classificação.
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O mesmo vale para dom (abrev.
de dominador), sub (abrev. de submissa(o)) e masoca ou maso (abrev. de
masoquista).
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O termo deusa é usado para se
referir geralmente à mulher da qual os podólatras (podolatria é o fetiche por
pés) idolatram os pés.
24/7, Consensual não-consensual, TPE
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Uma relação-BDSM pode
apresentar vários graus de profundidade. Pode ser apenas virtual no início e
depois ir evoluindo e cada vez ficando mais intensa.
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Quando uma relação sai do
virtual e passa para o real, geralmente acontecem sessões esporádicas entre o
casal e com o tempo, caso eles desejem isso, a relação pode chegar a ser full
time, 24 horas por dia, 7 dias por semana, daí a expressão 24/7, embora talvez
melhor expressão fosse 24X7.
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Nessa relação o vínculo-BDSM é
integral; a despeito de não ocorrerem sessões e práticas o tempo todo, o
domínio persiste, sendo que certos ritos e atitudes podem ser convencionadas
para momentos mais descontraídos, quando não se está em sessão.
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Não se está dizendo que a
escrava ficará recebendo chibatadas ou sendo amarrada o tempo todo, mas sim que
o tempo todo tal pessoa estará à disposição do TOP, que poderá requisitá-la
para alguma prática que o satisfaça a qualquer hora. Parece requisito essencial
do 24/7 que o casal more junto ou ao menos muito próximo, de modo que o dono
possa dar ordens à escrava quando quiser.
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No 24/7 ainda existem as
safewords: a escrava pode se negar a fazer práticas específicas se isso ferir
seus limites.
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O próximo estágio em termos de
entrega é uma relação “consensual não-consensual”, em que a escrava pode até
expor seus limites (ou deixar que o TOP vá descobrindo), mas em que ela não
poderá usar uma safeword para recusar determinadas ordens. O único direito que
a escrava tem é de sair da relação, de “pedir para sair”, todavia, enquanto
estiver nessa relação, terá de obedecer qualquer ordem de seu dono. Destarte,
nesse nível de intensidade, a escrava tem de escolher bem o dono a quem se
submeterá porque estará inteiramente a seu dispor, facultado a ela o direito de
desistir da relação como um todo, conforme dito acima.
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O tipo de relação supracitada
se costuma chamar TPE – Total Power Exchange (Troca Total de Poder): todo poder
é conferido ao TOP, que deve saber usá-lo de modo a adequar suas ações ao São,
Seguro e Consensual.
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Entretanto, existem variações
desse tipo de relação, em que os participantes resolvem convencionar que nenhum
deles ou que somente a escrava não poderá dizer que quer sair, que desiste da
relação como um todo. Esse tipo de relação, que nega o direito de desistência
da escrava ou da escrava e do dono, é errada e ilegal, pois todo ser humano tem
o direito de escolher com quem conviver e se relacionar, sendo um direito
inerente a nossa condição de seres humanos.
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Logo, ao menos o direito da
escrava e/ou do dono acabar com a relação deve ser preservado e mantido
intocado.
Liturgias e ritos
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Liturgias ou ritos são
formalidades, procedimentos ritualísticos que são aplicados, efetuados, durante
uma sessão ou playparty (reunião de amigos ou pessoas de confiança onde se
realizam práticas de BDSM; esse conceito será melhor desenvolvido adiante).
·
Existem os que separam a noção
de liturgia do conceito de ritos.
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Liturgia seriam os
procedimentos formais exercidos numa playparty, na relação dos casais entre si
e na relação com outros casais e particulares. Seriam mais normas sociais,
coletivas, de convivência durante a play (abreviação de playparty).
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Exemplos: seria um regra
litúrgica exigir que as subs da play chamem todos os TOP de Senhor ou Senhora
ou que todas elas usassem a mesma cor de sutiã e calcinha.
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Ritos seriam os procedimentos
formais instituídos pelo TOP para sessões entre o casal ou para reger a
convivência deles. Seriam regras íntimas, para o casal — e não para o grupo
social.
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Exemplos: seria um rito que a
submissa tivesse que se ajoelhar sempre no início da sessão e beijar os pés do
dono, esperando as suas ordens; que ela sempre tivesse que se referir a ele
através de uma expressão específica (Senhor, Lord, “dono de mim”, etc.); que
sempre fosse amarrada na mesma posição no final da sessão; que nunca pudesse
olhar diretamente nos olhos do TOP, sempre os mantendo baixos; que tivesse de
ficar em silêncio durante a sessão, aguardando as ordens do dono, na última
posição que ele a deixou; que sempre falasse baixo com ele; que sempre fosse
vendada durante a sessão; que sempre fizesse determinadas coisas após
determinados comandos (por ex. posição nº 1, nº 2, nº 3, etc.), entre vários
outros ritos que vão das experiências, preferências e criatividade de cada TOP.
Coleira
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Uma coleira representa um
compromisso, uma relação de propriedade entre TOP e bottom. Assemelha-se ao
conceito de aliança baunilha, com a diferença que somente a escrava usa a
coleira, para mostrar a todos a quem pertence.
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Uma coleira pode ser física ou
virtual. Podem existir coleiras sociais ou de sessão.
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Como se convencionou escrever
nicks (apelidos virtuais) de TOP em caixa alta (maiúscula) e de bottoms em
caixa baixa (minúscula), as coleiras virtuais são geralmente assim escritas:
“(nome da escrava)_NOME DO TOP, por exemplo: “(subana)_DOMADOR CRUEL.”
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A coleira de sessão pode ser
mais refinada ou ser essas de cachorro mesmo.
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No entanto, tendo em vista o
preconceito social, não seria prudente alguém sair por aí com uma coleira de
cachorro com o nome do dono, então se criaram coleiras sociais, que são mais
discretas; podem ser apenas colares com pingentes ou símbolos que remetam a
lembrança constante do dono e de que a escrava que a porta a ele pertence.
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Não obstante se possa usar uma
coleira em qualquer sessão, mesmo que seja uma sessão esporádica e sem intenção
de manter-se uma relação duradoura — apenas como um fetiche ou para mostrar
quem manda — é comum que os TOP que também sejam donos, façam cenas de
encoleiramento.
Rituais de encoleiramento
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Envolvem alguns procedimentos,
sendo que no final a escrava é encoleirada; aproxima-se do conceito de
casamento baunilha.
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Por exemplo, pode-se começar
com a escrava de joelhos e o TOP em sua frente. Ela beija os pés dele e lê
solenemente em voz alta um contrato de relação (onde está escrito que ela se
entrega a ele numa relação BDSM em 24/7, por exemplo), diz que o aceita e
depois lê um poema, então o dono a encolera.
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Os rituais de encoleiramento podem
ser privados (só entre o casal), semi-privados (na presença de amigos ou numa
playparty) ou públicos (numa festa ou evento de BDSM, aberto a todos).
Meio-BDSM - Internet, festas, playpartys,
munchs, clubes, confrarias, workshops
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O meio-BDSM são os lugares
onde ocorrem as relações entre os praticantes, onde encontramos nossos iguais.
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Não obstante no Brasil esse
meio não seja muito sólido e vasto como é lá fora, há certa coesão em alguns
lugares.
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A internet exerceu papel
preponderante na criação de um meio-BDSM no Brasil, se é que podemos chamá-lo
de “meio”, pois ainda é muito diluído — mas o fato é que antes da geração
internet dos anos 90, e especialmente do boom da internet de 1998, não havia
meio-BDSM nesse país, havia sim praticantes esparsos que não conseguiam
encontrar seus iguais, diferentemente de países europeus, onde já existiam
clubes temáticos há muito tempo.
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Foi a internet que impulsionou
o BDSM através de salas de bate-papos, listas de discussões, sites, mais
recentemente blogs, que permitiram um intercâmbio entre os praticantes,
permitindo que os iguais se unissem através de relações-BDSM ou mesmo apenas de
amizade ou de contatos sociais. Com a internet um dominador do Acre poderia
encontrar a sua submissa em São Paulo, por exemplo.
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Por falar em São Paulo, foi lá
que se formaram os primeiros clubes de BDSM do Brasil, sendo que até hoje essa
capital é a que — pelo menos aparentemente, tanto virtualmente quanto
presencialmente em festas e eventos — mais tem praticantes. Todavia, também há
clubes e eventos no Rio de Janeiro.
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Contudo, não podemos deixar de
mencionar que também há focos de "vida BDSM" fora dessas duas maiores
capitais do país, embora sejam apenas focos, sendo que o “grosso” do BDSM está
mesmo em São Paulo e Rio de Janeiro, capitais.
·
Embora não haja clubes fora
dessas duas cidades, há festas esparsas que costumam ocorrer de tempos em
tempos em alguns estados do país. Nessas festas os praticantes podem trocar
idéias num convívio social descontraído e também fazer práticas e realizar
fetiches com seus iguais.
·
Existem também as playpartys,
que são eventos mais fechados e seletos, onde pessoas que se conhecem ou que
têm mais intimidade ou confiança realizam “meio que” uma “sessão coletiva” ou
várias sessões individuais em seqüência, segundo liturgias próprias.
·
Playpartys ocorrem em vários
lugares do país e de muitas nem ficamos sabendo, haja vista podem ser secretas
e fechadas, entrando-se só a convite e/ou após aceitação do grupo. Entretanto
existem as playpartys abertas e divulgadas, em que as pessoas podem participar
desde que sigam as regras.
·
Aí já nota-se a diferença
entra uma mera festa e uma playparty, visto que numa festa não há regras muito
rígidas e todos podem participar, sendo que geralmente muitas pessoas
comparecem; está mais relacionada ao conceito de “balada” baunilha, com a
diferença de que são festas com decoração e algumas regras temáticas do BDSM,
onde podem acontecer cenas.
·
Já uma playparty assemelha-se
mais a um conceito de “roda de amigos”, onde se realizam apenas cenas; não é
uma “balada”, é um “encontro”.
·
Existem também as confrarias,
que são grupos fechados e geralmente secretos ou pouco divulgados que se
organizam em sociedades com intuito de amizade, de fazer playpartys e de
trocarem conhecimentos sobre BDSM e outros temas. Para entrar numa confraria
você geralmente precisa ser convidado e aceito pelo grupo.
·
Ademais, há encontros sociais
de BDSMers em lugares baunilhas, chamados de "munchs". Podem
acontecer em qualquer região do país e são ideais para se começar a fomentar um
meio-BDSM onde nada há, partindo-se depois para playpartys, cultivando o
terreno para futuras festas e clubes.
·
Dentro dos eventos, festas e
clubes podem ocorrer também workshops — aulas onde alguém exímio em algum
assunto o explica para os iniciantes ou intermediários no tema específico. Por
exemplo: workshops de técnicas de bondage, de ponyplay, de torturas com ceras
quentes de velas, etc., explicando como se deve proceder e quais precauções se
deve tomar.
Dress Code (código de vestimenta)
·
É uma vestimenta que
identifica preferências dos participantes de eventos-BDSM e/ou permite a
entrada destes.
·
No Brasil muitas vezes é
exigido dos participantes dos eventos que: estejam trajados com roupas
exclusivamente pretas, que vão vestidos com alguma roupa fetichista (roupas de couro,
látex, vinil)
ou mesmo fantasias eróticas ou não.
·
Na Europa, além do descrito
acima, às vezes existem lugares em que o participante tem de ir com
determinados símbolos (pulseiras, tecidos, bijuterias) que identificam suas
preferências, como ser TOP, bottom, SW, ser encoleirada ou não, gostar de
spanking, bondage, dogplay, etc., ser heterossexual ou homossexual, etc.
Velha Guarda versus Nova Guarda (BDSM Tradicional, Clássico ou Antigo
versus "novo BDSM")
·
Durante a década de 90
formou-se esse meio-BDSM e a nossa cultura “meio que” se sistematizou.
·
Pessoas mais antigas no meio
costumam reclamar que os costumes e ritos antigos, que os princípios do
“verdadeiro” BDSM estão sendo muito transgredidos pela “nova turma”. É como se
fosse um conflito entre gerações, entre pais e filhos.
·
Antigamente era comum se ver
relações de puro BDSM, sem misturá-lo com condutas ou sentimentos baunilhas.
Cada um, é o que dizem, cumpria o seu papel dentro do BDSM e pronto.
·
Acontece que, de acordo com
essa visão, hoje em dia se vive uma invasão de baunilhas apimentados
(fetichistas muito leves, que apreciam pequenos fetiches para apimentar a
relação), de fetichistas, de pessoas despreparadas sem um mínimo de
conhecimento básico e de baunilhas “paraquedistas”. Houve, como dizem, uma
baunilhização do meio.
·
Hoje é comum vermos, com os
avanços da internet e certa popularização do fetichismo na mídia, a invasão de
“paraquedistas”, sem nenhuma filosofia-BDSM, querendo apenas sexo fácil,
achando que o conseguirão mais facilmente aqui do que no meio baunilha. Acham
que só porque uma mulher é submissa ou masoquista, que ela aceitará qualquer
um. Abundam os “mestres de araque”, fingindo deter um conhecimento que não
possuem. Daí muitas mulheres saem do meio, pois supõe que aqui só há enganadores
e charlatões, o que não é verdade.
·
Acontece também a invasão de
certas pessoas que gostam de determinados fetiches, mas que não são BDSMers na
acepção correta do termo. Por exemplo, pseudo-submissas, que gostam
determinados fetiches, como apanhar ou ser amarrada, mas que não têm o desejo
de servir um dominador, ou seja, não fazem tais coisas para agradar o seu
Senhor, mas apenas para realizar as suas fantasias. Claro que não se exige que
a submissa faça tudo sem prazer. Na maioria das vezes a submissa gosta do que
realiza, mas o foco é o prazer do dono, então ela fará também o que não gosta
para agradá-lo. Se ela só aceita fazer o que gosta, visando somente seu próprio
prazer, estamos diante de uma fetichista apenas, não de uma submissa (que
também pode ter os seus fetiches) — nada contra os apenas fetichistas, mas
usemos os termos devidamente, por favor.
·
Outrossim, com a popularização
do BDSM nas mídias, muitas pessoas despreparadas — que embora sejam BDSMer, não
estudam primeiro as práticas que pretendem fazer, violando a questão da
Segurança — ocasionam acidentes de leves a graves ou até a morte, quando tudo
isso poderia ser evitado se se estudasse antes o que se pretende fazer, para
tanto existem livros, sites, eventos, workshops, etc. Maiores cuidados devem
ser empregados em relação a práticas mais agressivas, como um spanking forte,
uso de agulhas, asfixia, suturas, imobilização severa, etc.: todos os
procedimentos de segurança devem ser estudados antes, minimizando ao máximo
possível os riscos.
·
A lei da qualidade versus
quantidade é válida aqui, pois com a massificação do BDSM era óbvio que haveria
uma natural perda de qualidade no quadro geral de BDSMers. Seria impossível que
a qualidade de um seleto grupo fosse mantida. É assim nos demais aspectos e
setores da vida e sociedade, é preciso separar o joio do trigo; os melhores são
poucos, por isso ostentam esse título.
·
Com efeito, é necessária muita
cautela na escolha de seu par e também são bem vindas campanhas e veiculação de
informações pertinentes, visando à elevação do nível geral de conhecimento dos
praticantes de BDSM, excluindo os paraquedistas e enviando-os de volta ao avião
do qual caíram rs.
·
Outrossim, está comum
atualmente uma mescla de BDSM e coisas baunilhas. Existem praticantes que se
casam com seu par e/ou que misturam romantismo e BDSM, como, por exemplo, levar
a escrava (e namorada) para um jantar romântico, para uma sessão de cinema,
tratá-la com adjetivos carinhosos, levá-la para uma viagem romântica e outros
atos tão comuns no mundo baunilha.
·
Não se julga errado a mistura
do BDSM com romantismo e/ou outras práticas baunilhas; cada casal sabe de si e
do que é melhor para si. Desde que tudo seja feito de modo consensual, honesto
e claro e com segurança, não há problema. Entretanto, que as terminologias
sejam mantidas, com o fim de rigor terminológico e para facilitar a comunicação
entre as pessoas. Então, se é baunilha, seja baunilha. Se é fetichista, que o
seja. Se quer misturar romance e BDSM, que os misture; e assim por diante.
Todavia, se você é, por exemplo, apenas fetichista, por que querer se denominar
BDSMer? Não há status maior nisso. Caso queira misturar BDSM e romantismo,
quando se referir a coisas baunilhas
e românticas, que admita NÃO tratar-se de BDSM. Cada termo deve ser empregado
corretamente para evitar mal-entendidos.
A visão da sociedade: perspectivas
·
Tem se visto uma abertura em
relação ao BDSM na sociedade, a imagem tem sido mais positiva por causa dos
vários materiais de comunicação que vêm, aos poucos, de forma tímida,
desmistificado o BDSM como doença; vários filmes, revistas, livros, artigos e
até pesquisas científicas vieram nesse sentido, expondo a nossa cultura
underground para as massas e nos tornando mais populares; isso é um processo de
abertura que começou com Sade e Masoch e continua até hoje.
·
Não obstante, o preconceito
ainda é forte e muito demorará para que se possa falar abertamente sobre o tema
com qualquer pessoa ou andar com uma camisa escrito: “sou sadomasoquista”.
Deve-se apenas falar de nossas preferências para quem está preparado, ou seja,
para quem também é BDSMer ou para quem, mesmo baunilha, é de confiança e tem a
mente aberta, é livre-pensador ou ao menos não é preconceituoso ou
discriminador nesse tema. Na dúvida, o melhor é ficar em silêncio e não contar
nada, visto que não se sabe a reação que as pessoas podem ter em um assunto
como esse, envolto em preconceito, ignorância e discriminação; algo que na
verdade é tão simples de se entender e se respeitar. Entretanto as pessoas
geralmente não gostam do diferente e o discriminam, então tomar precauções para
que não sejamos “descobertos” é de bom tom, não revelando nossas preferências
abertamente, no máximo usando algum símbolo característico do BDSM, como o
triskele — que representa as três tríades: o B/D, o D/s e o SM; o SSC; e o TOP,
bottom, switcher; algo que aqui no Brasil ainda é seguro, porquanto a população
pouco sabe e muito menos ainda sobre o símbolo; o mesmo não vale, p. ex., para
os estadunidenses, onde tal símbolo, segundo dizem, já é conhecido dos
baunilhas, ocasionando preconceito o seu uso.
BDSM e Sexo Seguro
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Os praticantes responsáveis e
maduros do BDSM primam pela segurança nos relacionamentos, envolvendo ou não
sexo. Especialmente quando as práticas envolvam uso de instrumentos que possam
ferir a pele da pessoa submissa.
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Quando o relacionamento
envolvendo sexo se dá de forma não-exclusiva, com múltiplos parceiros, é
absolutamente essencial a utilização de proteção de barreira do tipo
"camisinha", seja ela masculina ou feminina. Além disso há
procedimentos para limpeza e esterilização de instrumentos que sejam usados por
mais de uma pessoa, evitando, dessa forma, possibilidade de propagação de
doenças, sejam ou não DSTs.
·
O símbolo oficial da
comunidade BDSM é uma derivação do triskelion. O Triskelion é a forma básica do
emblema, com três "braços" curvados para fora do centro e fundindo-se
com um círculo abrangente. O Triskelion é uma forma antiga, que teve muitos
usos e muitos significados em muitas culturas.
·
O símbolo BDSM verdadeira deve
atender aos seguintes três critérios: 1) Os aros e os raios são de um metal de
cores, indicando neste caso ouro, ferro e prata. 2) Os aros e os raios são de
largura uniforme com os braços girando em sentido horário. 3) Os campos
internos são pretos. 4) Os buracos nos campos são verdadeiramente buracos e não
pontos.
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Mais informações sobre o
símbolo pode ser encontrado em The Emblem Project
·
Os itens e estilos de BDSM e
fetiche têm sido amplamente difundidos na vida cotidiana dos sociedades
ocidentais por diferentes fatores, tais como moda de vanguarda, heavy
metal, subcultura gótica,
e séries de TV de ficção científica,[1]
e muitas vezes não são conscientemente conectados com suas raízes BDSM por
muitas pessoas. Embora tenham sido confinados principalmente às subculturas Punk
e BDSM na década de 1990, desde então têm se disseminado para partes mais
amplas das sociedades ocidentais.
·
A bandeira do orgulho de couro é um símbolo
para a subcultura de couro e também amplamente utilizado
dentro de BDSM. Na Europa continental, o Anel de O
é difundido entre os praticantes de BDSM. O Triskelion é comum em comunidades de língua
inglesa.
Muito bom texto!
ResponderExcluirMestre dominador de Brasília, bom nível educacional e social, moro só, branco loiro 1,78 77 kg olhos verdes corpo em forma, ESPECIALIZADO EM BSDM, busca escravas de Brasília que desejem
ResponderExcluirter e ser escravas obedientes com sessões de adestramente, castigos e sexo Orale Anal profundo
Acesse email e encaminhe mensagem com contatos telefone whatsapp para : luuciflex@yahoo.com.br
Procuro mulher fogosa que sinta vontade de praticar o bdsm.
ResponderExcluirEntre em contato para colocar em prática seus desejos mais íntimos e fetiches sexuais, visando a intensos momentos de prazer e carinho, com respeito, higiene e sigilo.Tenho ótima saúde comprovada por exames médicos preventivos, uso camisinha e sou limpo
homemgostoso@bol.com.br
Agora que estou conhecendo sobre BDSM ,e gostaria de aprender mais sobre,sou de Belém do Pará .... estou muito interessado
ResponderExcluirTenho 18 anos e busco uma senhora dominadora para me iniciar no BDSM, meu e-mail é oenzodaluz@gmail.com
ResponderExcluirAlguma submissa iniciante ou nao a procura de um dono?
ResponderExcluirOlá
ExcluirEstou perdida e com medo.Eu Estou aprendendo a ser uma sub. Estou com uma pessoa de 48 anos que é um dominador.
ResponderExcluirMuito bom este artigo, interessante, conquistador, ao contrário dos textos entediante sobre o tema, esse por si só, antes mesmo de qualquer imagem, o leitor de agarra ao que está estudando... Parabéns!
ResponderExcluirSou homem que sente prazer em ser dominado por mulher.Gosto de usar roupas femininas e ser enrabado por mulher usando consolo preso na cintura.
ResponderExcluircdbaixinha@gmail.com
Estou de pinto duro com o cuzinho piscando dentro da calcinha
Campinas, Votorantim e região
Estou conhecendo agora, sou mulher 32 de Curitiba e estou a procura de um Dom que me banque, eduque e possua.
ResponderExcluir(msmmcwb@hotmail.com)
Se estiver a fim de uma escrava secreta, vamos conversar.